A gamma-glutamil transferase (GGT) é uma enzima encontrada principalmente no fígado, mas também nas vias biliares, pâncreas e rins. A GGT desempenha um papel crucial na degradação e no transporte de aminoácidos e peptídeos através das membranas celulares. Níveis elevados de GGT no sangue frequentemente indicam disfunção hepática ou disfunção das vias biliares.
Um nível de GGT de 300 U/L (unidades por litro) é significativamente mais alto do que a faixa normal, que geralmente é de 5-50 U/L em adultos (embora as faixas de referência específicas possam variar ligeiramente dependendo do laboratório). Um nível tão elevado sugere uma condição de saúde subjacente que requer investigação e manejo.

O que é a gamma-glutamil transferase (GGT)?
A gamma-glutamil transferase (GGT) é uma enzima que auxilia no metabolismo do glutationa, um importante antioxidante que ajuda a proteger as células do estresse oxidativo. Essa enzima está presente em vários órgãos, mas as maiores concentrações estão no fígado e no sistema biliar. Quando as células do fígado ou das vias biliares estão danificadas, a GGT vaza para a corrente sanguínea, causando um aumento nos seus níveis.
Nível normal de GGT vs. nível elevado de GGT:
- Faixa normal de GGT: 5-50 U/L (varia ligeiramente por laboratório)
- Aumento leve: 51-100 U/L
- Aumento moderado: 101-300 U/L
- Aumento severo: >300 U/L
Um nível de GGT de 300 U/L se enquadra na faixa de aumento severo, indicando estresse ou danos significativos no fígado. No entanto, a GGT sozinha não é uma ferramenta diagnóstica definitiva – geralmente é medida em conjunto com ALT (alanina aminotransferase), AST (aspartato aminotransferase), ALP (fosfatase alcalina) e bilirrubina para determinar a causa subjacente da disfunção hepática.
Causas do nível da enzima hepática GGT atingir 300
Diversas doenças e fatores podem levar a um nível de GGT de 300 ou mais, incluindo:
1. Doenças hepáticas
– Doença hepática gordurosa não alcoólica:
- Casos leves: 50-150 U/L
- Casos moderados (esteato-hepatite não alcoólica): 150-300 U/L
- Casos severos (fibrose avançada, cirrose): 300-500 U/L
– Doença hepática gordurosa alcoólica:
- Consumo moderado de álcool: 80-200 U/L
- Consumo crônico pesado de álcool: 200-600 U/L
- Doença hepática alcoólica severa: 600-1000+ U/L
– Hepatite (viral, autoimune ou tóxica):
- Hepatite viral aguda (Hepatite A, B, C): 100-400 U/L
- Hepatite crônica B/C: 50-250 U/L
- Hepatite autoimune: 200-600 U/L
- Hepatite tóxica (induzida por medicamentos ou produtos químicos): 300-800 U/L
– Cirrose hepática:
- Cirrose hepática inicial: 150-400 U/L
- Cirrose hepática avançada: 400-1000+ U/L
– Câncer de fígado (carcinoma hepatocelular):
- Tumor localizado: 300-800 U/L
- Câncer de fígado metastático: 800-1500+ U/L
2. Problemas nas vias biliares
– Obstrução biliar (cálculos, estreitamentos ou tumores):
- Obstrução parcial: 300-600 U/L
- Obstrução completa: 600-1200+ U/L (geralmente com ALP mais de 3 vezes acima do nível normal)
– Colangite biliar primária:
- Estágio inicial: 200-600 U/L
- Doença avançada: 600-1500+ U/L
3. Consumo de álcool
- Bebida alcoólica moderada: 50-100 U/L
- Bebida alcoólica regular (>2 bebidas/dia): 100-300 U/L
- Abuso crônico de álcool: 300-700 U/L
- Doença hepática severa relacionada ao álcool: 700-1500+ U/L
4. Uso de medicamentos
– Medicamentos que causam leve elevação da GGT:
Estatinas, anti-inflamatórios não esteroides, antibióticos (por exemplo, eritromicina), anticonvulsivantes (por exemplo, fenitoína, valproato): 50-200 U/L
– Medicamentos que causam elevação severa da GGT:
Uso crônico de medicamentos hepatotóxicos (por exemplo, rifampicina, paracetamol em doses altas, medicamentos de quimioterapia): 300-800 U/L
5. Outras doenças
– Doenças pancreáticas (pancreatite, câncer pancreático):
- Pancreatite crônica: 150-400 U/L
- Câncer pancreático: 300-800 U/L
– Doença cardíaca (insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, infarto do miocárdio):
- Doença cardíaca estável: 50-200 U/L
- Insuficiência cardíaca congestiva severa: 200-500 U/L
– Diabetes e obesidade (síndrome metabólica):
- Síndrome metabólica leve: 50-150 U/L
- Disfunção metabólica severa (diabetes + obesidade + colesterol alto): 150-300 U/L
Sintomas associados a altos níveis de GGT
Embora um nível elevado de GGT em si não cause sintomas, muitas vezes indica uma doença hepática ou biliar subjacente. Sintomas comuns incluem:
- Fadiga e fraqueza
- Icterícia
- Urina escura e fezes pálidas
- Náusea e vômito
- Dor abdominal, especialmente no quadrante superior direito
Diagnóstico e tratamento
Para determinar a causa do nível de GGT atingir 300 ou mais, os médicos realizarão testes de sangue, exames de imagem e, possivelmente, uma biópsia do fígado.
A abordagem para tratar um nível de GGT de 300 ou mais depende da causa subjacente, incluindo mudanças no estilo de vida, tratamento de condições subjacentes e monitoramento regular.
Um nível de GGT de 300 ou mais é considerado significativamente elevado e sugere um problema no fígado ou nas vias biliares. Embora esse nível não forneça um diagnóstico por si só, é um marcador chave que indica a necessidade de investigações adicionais. A detecção precoce e mudanças no estilo de vida — como redução do consumo de álcool, manutenção de uma dieta saudável e gerenciamento da saúde metabólica — podem melhorar significativamente a função hepática. Se o seu nível de GGT estiver elevado, consulte um profissional de saúde para testes adicionais e tratamento apropriado.