A vacina contra COVID-19 da Sinovac Biotech pode não induzir respostas de anticorpos suficientes contra uma nova variante identificada no Brasil, mostrou um estudo laboratorial com amostras pequenas.

A emergência de variantes do coronavírus levantou preocupações de que vacinas e tratamentos desenvolvidos com base em cepas anteriores possam não funcionar com a mesma eficácia.
A amostra de plasma coletada de oito pessoas vacinadas com a CoronaVac da Sinovac não conseguiu neutralizar de forma eficiente a variante da linhagem P.1, ou 20J/501Y.V3, disseram os pesquisadores em um artigo publicado na segunda-feira, antes da revisão por pares.
“Esses resultados sugerem que o vírus P.1 pode escapar dos anticorpos neutralizantes induzidos pela CoronaVac”, afirmaram pesquisadores da Universidade de São Paulo no Brasil, da Escola de Medicina da Universidade de Washington nos Estados Unidos e de outras instituições no artigo.
A CoronaVac está sendo utilizada em campanhas de vacinação massiva em países como China, Brasil, Indonésia e Turquia.
Embora o estudo sugira que a reinfecção pode ocorrer em indivíduos vacinados, a proteção oferecida pela CoronaVac contra COVID-19 grave pode indicar que outros mecanismos no sistema imunológico humano, além dos anticorpos, também podem contribuir para a redução da gravidade da doença, disseram os pesquisadores.
Um porta-voz da Sinovac não estava disponível para comentar. O CEO Yin Weidong disse em um programa transmitido pela emissora estatal CGTN na quinta-feira que a empresa está “plenamente capaz” de usar sua pesquisa atual e capacidade de fabricação para desenvolver uma nova vacina contra variantes, se necessário.
Ele também afirmou que o processo levaria muito menos tempo do que levou para desenvolver a CoronaVac.