A menopausa é uma fase significativa na vida da mulher, caracterizada pelo declínio natural dos hormônios reprodutivos. Geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos, marcando o fim dos ciclos menstruais. Entre as várias mudanças fisiológicas associadas à menopausa, um sintoma notável é a dor nos músculos e nas articulações. Este artigo explicará mais sobre o mecanismo que provoca dor nos músculos e articulações durante a menopausa e orientará sobre como aliviar essa condição.

Causas da dor nos músculos e articulações no período da menopausa
A queda nos níveis de estrogênio é uma causa primária da dor nos músculos e articulações durante a menopausa. O estrogênio é essencial para manter a saúde das articulações, reduzindo a inflamação, lubrificando as articulações e apoiando a produção de colágeno, um componente crucial dos tecidos conjuntivos. A redução dos níveis de estrogênio leva a esses problemas:
- Inflamação: A diminuição do estrogênio pode contribuir para o aumento dos níveis de citocinas pró-inflamatórias, como IL-6 e TNF-alfa. Essa resposta inflamatória elevada pode resultar em dor e rigidez nas articulações.
- Degradação da cartilagem: A degradação do colágeno nas articulações pode acelerar, levando a um aumento do desgaste da cartilagem. Esse processo torna as articulações mais suscetíveis a condições como artrite osteoartrítica, caracterizada por dor crônica e mobilidade limitada.
- Desminuição da densidade óssea: A menopausa também pode causar uma redução na densidade óssea, aumentando o risco de osteoporose. Esse processo enfraquece os ossos, tornando as articulações mais propensas a dor e lesões.
- Fraqueza muscular: O estrogênio apoia a manutenção da massa muscular. O declínio do estrogênio durante a menopausa pode contribuir para a perda muscular, tornando os músculos mais propensos a tensão e desconforto.
Pacientes que experimentam dor nas articulações e músculos durante a menopausa frequentemente relatam frustração com o impacto em suas vidas diárias. Algumas mulheres descrevem a dor como “uma sensação constante e dolorosa” que limita a capacidade de realizar tarefas simples, como subir escadas ou jardinagem.
Essa dor é devido à menopausa?
Para confirmar se a dor nos músculos e articulações é devido à menopausa ou a outras condições médicas, os profissionais de saúde geralmente empregam uma abordagem múltipla:
- Revisão do histórico médico: Os médicos considerarão a idade da paciente, os sintomas e o histórico médico. Eles podem perguntar sobre o início e a duração dos sintomas e se esses sintomas coincidem com outros sintomas da menopausa, como ondas de calor ou alterações de humor.
- Exame físico: Um exame físico pode revelar inchaço nas articulações, dor nas articulações ou redução na amplitude de movimento, indicativos de condições inflamatórias ou degenerativas nas articulações.
- Exames de sangue: Testes de sangue podem ser realizados para avaliar marcadores inflamatórios, como a proteína C-reativa (PCR) e a taxa de sedimentação de eritrócitos (ESE), para determinar se há presença de inflamação. Os níveis hormonais, incluindo o estrogênio, também podem ser avaliados.
- Exames de imagem: Raio-X ou ressonâncias magnéticas podem ser usados para avaliar a integridade das articulações, detectar perda de cartilagem ou osteófitos e diagnosticar doenças degenerativas das articulações.
- Encaminhamento a especialistas: Se necessário, os pacientes podem ser encaminhados a um reumatologista ou ortopedista para avaliação e planejamento de tratamento especializados.
Tratamento da dor nos músculos e articulações durante a menopausa
Existem algumas opções de tratamento para gerenciar a dor nos músculos e articulações associada à menopausa:
- Terapia de reposição hormonal (TRH): A TRH pode restaurar os níveis de estrogênio, aliviando a inflamação e desacelerando a degradação da cartilagem. Estudos mostram que a TRH pode reduzir o risco de artrite osteoartrítica e diminuir a dor nas articulações. No entanto, os riscos associados à TRH, como a probabilidade aumentada de câncer de mama ou coágulos sanguíneos, devem ser considerados.
- Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): AINEs como ibuprofeno podem aliviar a dor e reduzir a inflamação. Esses medicamentos são adequados para o manejo a curto prazo, embora o uso a longo prazo deva ser considerado com cautela devido a potenciais efeitos colaterais gastrointestinais e renais.
- Terapia física: Um fisioterapeuta pode orientar os pacientes em exercícios para fortalecer os músculos e melhorar a estabilidade das articulações. Exercícios de alongamento, yoga e tai chi também podem aumentar a flexibilidade e reduzir a dor.
- Dieta e suplementos alimentares: Manter uma dieta balanceada rica em cálcio e vitamina D pode apoiar a saúde óssea. Suplementos alimentares, como glucosamina e condroitina, ajudam a aliviar a dor nas articulações, embora sua eficácia ainda seja debatida.
- Modificações no estilo de vida: O controle do peso pode reduzir a pressão sobre as articulações, principalmente os joelhos e quadris. Exercícios regulares, incluindo atividades de baixo impacto como natação ou ciclismo, podem melhorar a força muscular e a estabilidade das articulações.
- Terapeutas alternativos: Acupuntura e remédios à base de ervas, como a cimicifuga e o óleo de prímula, têm sido explorados como tratamentos potenciais para os sintomas da menopausa, incluindo dor nas articulações.
Em conclusão, a dor nos músculos e articulações durante a menopausa é uma questão comum, resultante principalmente de mudanças hormonais. Uma combinação de intervenções médicas, modificações no estilo de vida e educação do paciente é crucial para gerenciar e aliviar efetivamente esse desconforto.