Cientistas estão testando um novo medicamento chamado mirikizumab para tratar a colite ulcerosa – uma doença que causa inflamação e lesões no cólon e no reto. Essa doença provoca sintomas desconfortáveis como diarreia, sangue nas fezes e dor abdominal.

De acordo com os resultados dos testes mais recentes dos cientistas, parece que este novo medicamento tem um potencial muito bom. As pessoas que tomaram mirikizumab no estudo se recuperaram dos seus sintomas quase duas vezes mais do que aquelas que tomaram um placebo. No entanto, devemos observar que este medicamento ainda é experimental – ainda não foi aprovado para uso pelas autoridades de saúde oficiais, como a FDA. Este estudo foi publicado no New England Journal of Medicine.
Neste estudo, os pesquisadores testaram o novo medicamento mirikizumab em 1.281 adultos com colite ulcerosa. Essas pessoas foram divididas em dois grupos: um grupo tomou o medicamento real e o outro grupo tomou um placebo. Após 12 semanas de tratamento, quase metade dos pacientes que tomaram o medicamento real apresentaram melhora nos sintomas, em comparação com apenas um quarto do grupo que tomou placebo.
Em seguida, os pesquisadores querem continuar testando este novo medicamento por um período mais longo para garantir que ele seja seguro e eficaz. Infelizmente, esses estudos podem demorar muito, e mesmo que este medicamento seja aprovado, ainda pode ser difícil acessá-lo. As companhias de seguros às vezes exigem que os pacientes experimentem outros medicamentos primeiro, uma vez que novos medicamentos como este podem ser muito caros.
A colite ulcerosa é uma condição difícil de tratar – é uma doença que não desaparece e que apresenta crises de tempos em tempos. Os médicos recomendam diferentes tipos de métodos de tratamento, incluindo medicamentos para reduzir a inflamação, mudanças na dieta e, às vezes, cirurgia. Cerca de dois terços das pessoas que tomam medicamentos para tratar essa condição conseguem controlar seus sintomas, mas ainda assim é um desafio em comparação com outras condições similares. Por exemplo, cerca de 80%-90% das pessoas com artrite reumatoide (outra condição em que o sistema imunológico ataca seus próprios tecidos) respondem aos medicamentos.
A esperança é que o mirikizumab, com seu modo único de atuar no corpo, possa ser uma nova ferramenta mais eficaz na luta contra a colite ulcerosa. Alguns especialistas estão particularmente entusiasmados com o fato de que este novo medicamento parece ter funcionado bem mesmo em pessoas com sintomas severos. Mas ainda há muitas questões que precisam de respostas, como se é seguro para pessoas que já tomaram outros medicamentos no passado, e se pode ter efeitos colaterais graves, como um aumento do risco de câncer.
É por isso que a próxima fase de testes, um ensaio clínico de fase 4 envolvendo milhares de pessoas, será crucial. Isso ajudará a responder essas perguntas e nos aproximará um passo mais de um potencial novo tratamento para esta doença desafiadora.