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12 efeitos colaterais da duloxetina e como minimizá-los

A duloxetina é um medicamento que pertence a uma classe de fármacos conhecidos como inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRN). Os médicos costumam prescrever a duloxetina para tratar o transtorno depressivo maior, o transtorno de ansiedade generalizada, a neuropatia periférica diabética, a fibromialgia e a dor musculoesquelética crônica.

A duloxetina pode causar efeitos colaterais comuns, como sonolência, náusea, boca seca e sudorese, enquanto os efeitos colaterais graves incluem pensamentos suicidas, danos ao fígado, hipertensão e síndrome serotoninérgica.

O medicamento duloxetina é frequentemente vendido sob os nomes comerciais Cymbalta, Drizalma Sprinkle e Irenka.

12 efeitos colaterais da duloxetina e como minimizá-los
Medicamento Cymbalta (duloxetina)

Abaixo, explicamos em detalhes como a duloxetina age no corpo, os efeitos colaterais que causa e como você pode minimizar esses efeitos.

Como a duloxetina age em nosso corpo

A duloxetina aumenta os níveis de dois neurotransmissores importantes em nosso cérebro: serotonina e norepinefrina. Essas substâncias ajudam a regular o humor, a percepção da dor e outras funções cerebrais.

A duloxetina age bloqueando a recaptação de serotonina e norepinefrina nas células nervosas do cérebro. Normalmente, uma vez que esses neurotransmissores transmitem sua mensagem entre as células nervosas, o corpo os reabsorve. A duloxetina impede essa reabsorção, deixando mais serotonina e norepinefrina disponíveis nos espaços entre os nervos. Esse efeito leva a uma melhor regulação do humor e controle da dor.

  • Na depressão e na ansiedade, essa maior disponibilidade de neurotransmissores estabiliza o humor e reduz os sintomas emocionais.
  • Na dor neuropática e na fibromialgia, a duloxetina fortalece as vias inibitórias de dor descendentes, ajudando o sistema nervoso a suprimir melhor os sinais de dor.

Você geralmente começa a sentir os efeitos da duloxetina após 1 a 2 semanas, com os benefícios completos frequentemente levando até 4 a 6 semanas.

Efeitos colaterais comuns da duloxetina

Embora a duloxetina possa melhorar sua qualidade de vida, ela também pode causar efeitos colaterais. Aqui estão os efeitos colaterais mais comumente relatados.

1. Náusea

A duloxetina aumenta os níveis de serotonina não apenas em seu cérebro, mas também em seu intestino. Seu trato gastrointestinal contém receptores de serotonina que controlam a náusea e o vômito. A superativação desses receptores, especialmente no início do tratamento com duloxetina, pode desencadear náusea.

Frequência de ocorrência: Muito comum — a náusea ocorre em até 23% dos usuários do medicamento duloxetina.

Prevenção:

  • Tomar o medicamento duloxetina com alimentos para reduzir a irritação estomacal.
  • Começar com uma dose baixa (por exemplo, 30 mg diários) e aumentar gradualmente, se necessário.
  • Considerar tomar o medicamento à noite, quando a náusea pode ser menos incômoda.

2. Boca seca

A duloxetina tem efeitos anticolinérgicos, o que significa que inibe a atividade da acetilcolina em alguns nervos. Essa inibição da atividade da acetilcolina reduz a produção de saliva pelas glândulas salivares.

Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em cerca de 10% dos usuários do medicamento duloxetina.

Prevenção:

  • Beber água regularmente ao longo do dia.
  • Mastigar goma de mascar sem açúcar ou chupar balas sem açúcar.
  • Evitar cafeína e álcool, pois estes podem agravar a boca seca.

3. Distúrbios do sono (insônia ou sonolência)

Algumas pessoas que tomam o medicamento duloxetina sentem-se excessivamente sonolentas, enquanto outras têm dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo.

  • Insônia: A duloxetina aumenta a norepinefrina, um estimulante que pode mantê-lo alerta.
  • Sonolência: Em algumas pessoas, os efeitos calmantes da serotonina predominam, levando à sonolência.

Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum; a sonolência ocorre em até 10% dos usuários de duloxetina; a insônia ocorre em cerca de 12% dos usuários de duloxetina.

Prevenção:

  • Se você estiver sonolento, tome o medicamento duloxetina na hora de dormir.
  • Se você experimentar insônia, tome o medicamento pela manhã.
  • Manter um horário de sono consistente e evitar telas antes de dormir.

4. Constipação

A duloxetina diminui a motilidade intestinal afetando os receptores de serotonina em seu intestino. Esse medicamento também reduz a secreção de fluidos digestivos, tornando as fezes mais secas.

Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em cerca de 20% dos usuários do medicamento duloxetina.

Prevenção:

  • Aumentar a ingestão de fibras (frutas, vegetais, grãos integrais).
  • Beber bastante água.
  • Praticar exercícios regularmente.
  • Considerar um amolecedor de fezes ou um laxante suave, se necessário.

5. Tontura ou vertigem

Algumas pessoas que tomam o medicamento duloxetina às vezes sentem uma sensação de rotação ou ficam tontas ao se levantar rapidamente.

A duloxetina pode baixar a pressão arterial ao afetar o sistema nervoso simpático. A duloxetina também altera a sinalização da norepinefrina, o que pode perturbar a regulação da pressão arterial do corpo.

Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, relatado em cerca de 8% dos usuários do medicamento duloxetina.

Prevenção:

  • Levante-se devagar ao sair de posições sentadas ou deitadas.
  • Evite a desidratação.
  • Tome o medicamento duloxetina à noite se a tontura durante o dia for um problema.

6. Aumento da sudorese

Você pode suar excessivamente, mesmo quando não estiver quente ou fisicamente ativo.

A duloxetina estimula os receptores de serotonina centrais que controlam a temperatura corporal e a sudorese. Essa estimulação pode fazer com que suas glândulas sudoríparas se tornem hiperativas.

Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em cerca de 10% dos usuários do medicamento duloxetina.

Prevenção:

  • Usar roupas leves.
  • Evitar alimentos picantes e cafeína.
  • Usar antitranspirantes ou conversar com seu médico sobre medicamentos para reduzir a sudorese.

7. Perda de apetite e perda de peso

Descrição: Diminuição do interesse em se alimentar e leve perda de peso ao longo do tempo.

Os níveis elevados de serotonina no hipotálamo afetam a regulação do apetite e podem suprimir os sinais de fome.

Frequência de ocorrência: A perda de peso ocorre em cerca de 4% dos usuários de duloxetina.

Prevenção:

  • Consumir pequenas refeições frequentes.
  • Optar por alimentos altamente calóricos e nutritivos.
  • Monitorar seu peso e avisar seu médico se perder mais de 5% do seu peso corporal.

8. Disfunção sexual

Descrição: Diminuição da libido, dificuldade em atingir o orgasmo ou disfunção erétil em homens.

Níveis elevados de serotonina podem inibir dopamina e norepinefrina; tanto a dopamina quanto a norepinefrina são essenciais para a excitação e o desempenho sexual. Isso interfere no desejo e na resposta sexual.

Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em até 11% dos homens e 6% das mulheres.

Prevenção:

  • Converse com seu médico sobre ajustes de dose.
  • Considere medicamentos como bupropiona, que podem contrabalançar os efeitos colaterais sexuais.
  • Mantenha uma comunicação aberta com seu parceiro sexual.

9. Fadiga

A duloxetina pode aumentar a serotonina de maneiras que causam sedação geral do sistema nervoso central em alguns usuários. Esse medicamento também pode perturbar hábitos de sono, contribuindo para a fadiga durante o dia.

Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em cerca de 8% dos usuários de duloxetina.

Prevenção:

  • Tomar o medicamento duloxetina à noite.
  • Priorizar uma boa higiene do sono.
  • Praticar exercícios regularmente e beber água suficiente.

10. Aumento da pressão arterial

Descrição: Um aumento na pressão arterial sistólica ou diastólica que pode exigir monitoramento.

Ao aumentar os níveis de norepinefrina, a duloxetina estimula os vasos sanguíneos a se contraírem, elevando a pressão arterial.

Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é raro, relatado em 1% a 3% dos usuários do medicamento duloxetina, sendo mais provável de ocorrer em doses mais altas (por exemplo, 120 mg/dia).

Prevenção:

  • Monitorar regularmente sua pressão arterial.
  • Limitar a ingestão de sal e evitar estimulantes como cafeína.
  • Discutir medicamentos alternativos com seu médico se a hipertensão piorar.

Efeitos colaterais raros, mas graves da duloxetina

Embora raros, alguns efeitos colaterais requerem atenção médica imediata.

11. Danos ao fígado

A duloxetina é metabolizada no fígado. Em indivíduos suscetíveis (especialmente aqueles com doenças hepáticas pré-existentes ou uso intenso de álcool), esse medicamento pode causar lesões no fígado.

Sintomas: Amarelecimento da pele ou dos olhos, urina escura, dor abdominal na parte superior direita.

Prevenção: Evite consumir álcool. Faça exames regulares de função hepática se você tiver problemas no fígado.

12. Síndrome serotoninérgica

Descrição: Excesso de serotonina, especialmente quando a duloxetina é combinada com outros medicamentos serotoninérgicos.

Sintomas: Febre alta, confusão, agitação, batimento cardíaco rápido, rigidez muscular.

Prevenção: Nunca combine a duloxetina com outros medicamentos que aumentam a serotonina (como inibidores da monoamina oxidase, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, triptanos) sem orientação médica.

Você precisa contatar seu médico se experimentar um dos seguintes sintomas:

  • Efeitos colaterais persistentes ou em worsening
  • Sinais de problemas hepáticos
  • Alterações de humor novas ou em agravamento
  • Pensamentos suicidas, especialmente ao iniciar ou ajustar a dosagem
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