A duloxetina é um medicamento que pertence a uma classe de fármacos conhecidos como inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRN). Os médicos costumam prescrever a duloxetina para tratar o transtorno depressivo maior, o transtorno de ansiedade generalizada, a neuropatia periférica diabética, a fibromialgia e a dor musculoesquelética crônica.
A duloxetina pode causar efeitos colaterais comuns, como sonolência, náusea, boca seca e sudorese, enquanto os efeitos colaterais graves incluem pensamentos suicidas, danos ao fígado, hipertensão e síndrome serotoninérgica.
O medicamento duloxetina é frequentemente vendido sob os nomes comerciais Cymbalta, Drizalma Sprinkle e Irenka.

Abaixo, explicamos em detalhes como a duloxetina age no corpo, os efeitos colaterais que causa e como você pode minimizar esses efeitos.
Como a duloxetina age em nosso corpo
A duloxetina aumenta os níveis de dois neurotransmissores importantes em nosso cérebro: serotonina e norepinefrina. Essas substâncias ajudam a regular o humor, a percepção da dor e outras funções cerebrais.
A duloxetina age bloqueando a recaptação de serotonina e norepinefrina nas células nervosas do cérebro. Normalmente, uma vez que esses neurotransmissores transmitem sua mensagem entre as células nervosas, o corpo os reabsorve. A duloxetina impede essa reabsorção, deixando mais serotonina e norepinefrina disponíveis nos espaços entre os nervos. Esse efeito leva a uma melhor regulação do humor e controle da dor.
- Na depressão e na ansiedade, essa maior disponibilidade de neurotransmissores estabiliza o humor e reduz os sintomas emocionais.
- Na dor neuropática e na fibromialgia, a duloxetina fortalece as vias inibitórias de dor descendentes, ajudando o sistema nervoso a suprimir melhor os sinais de dor.
Você geralmente começa a sentir os efeitos da duloxetina após 1 a 2 semanas, com os benefícios completos frequentemente levando até 4 a 6 semanas.
Efeitos colaterais comuns da duloxetina
Embora a duloxetina possa melhorar sua qualidade de vida, ela também pode causar efeitos colaterais. Aqui estão os efeitos colaterais mais comumente relatados.
1. Náusea
A duloxetina aumenta os níveis de serotonina não apenas em seu cérebro, mas também em seu intestino. Seu trato gastrointestinal contém receptores de serotonina que controlam a náusea e o vômito. A superativação desses receptores, especialmente no início do tratamento com duloxetina, pode desencadear náusea.
Frequência de ocorrência: Muito comum — a náusea ocorre em até 23% dos usuários do medicamento duloxetina.
Prevenção:
- Tomar o medicamento duloxetina com alimentos para reduzir a irritação estomacal.
- Começar com uma dose baixa (por exemplo, 30 mg diários) e aumentar gradualmente, se necessário.
- Considerar tomar o medicamento à noite, quando a náusea pode ser menos incômoda.
2. Boca seca
A duloxetina tem efeitos anticolinérgicos, o que significa que inibe a atividade da acetilcolina em alguns nervos. Essa inibição da atividade da acetilcolina reduz a produção de saliva pelas glândulas salivares.
Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em cerca de 10% dos usuários do medicamento duloxetina.
Prevenção:
- Beber água regularmente ao longo do dia.
- Mastigar goma de mascar sem açúcar ou chupar balas sem açúcar.
- Evitar cafeína e álcool, pois estes podem agravar a boca seca.
3. Distúrbios do sono (insônia ou sonolência)
Algumas pessoas que tomam o medicamento duloxetina sentem-se excessivamente sonolentas, enquanto outras têm dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo.
- Insônia: A duloxetina aumenta a norepinefrina, um estimulante que pode mantê-lo alerta.
- Sonolência: Em algumas pessoas, os efeitos calmantes da serotonina predominam, levando à sonolência.
Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum; a sonolência ocorre em até 10% dos usuários de duloxetina; a insônia ocorre em cerca de 12% dos usuários de duloxetina.
Prevenção:
- Se você estiver sonolento, tome o medicamento duloxetina na hora de dormir.
- Se você experimentar insônia, tome o medicamento pela manhã.
- Manter um horário de sono consistente e evitar telas antes de dormir.
4. Constipação
A duloxetina diminui a motilidade intestinal afetando os receptores de serotonina em seu intestino. Esse medicamento também reduz a secreção de fluidos digestivos, tornando as fezes mais secas.
Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em cerca de 20% dos usuários do medicamento duloxetina.
Prevenção:
- Aumentar a ingestão de fibras (frutas, vegetais, grãos integrais).
- Beber bastante água.
- Praticar exercícios regularmente.
- Considerar um amolecedor de fezes ou um laxante suave, se necessário.
5. Tontura ou vertigem
Algumas pessoas que tomam o medicamento duloxetina às vezes sentem uma sensação de rotação ou ficam tontas ao se levantar rapidamente.
A duloxetina pode baixar a pressão arterial ao afetar o sistema nervoso simpático. A duloxetina também altera a sinalização da norepinefrina, o que pode perturbar a regulação da pressão arterial do corpo.
Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, relatado em cerca de 8% dos usuários do medicamento duloxetina.
Prevenção:
- Levante-se devagar ao sair de posições sentadas ou deitadas.
- Evite a desidratação.
- Tome o medicamento duloxetina à noite se a tontura durante o dia for um problema.
6. Aumento da sudorese
Você pode suar excessivamente, mesmo quando não estiver quente ou fisicamente ativo.
A duloxetina estimula os receptores de serotonina centrais que controlam a temperatura corporal e a sudorese. Essa estimulação pode fazer com que suas glândulas sudoríparas se tornem hiperativas.
Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em cerca de 10% dos usuários do medicamento duloxetina.
Prevenção:
- Usar roupas leves.
- Evitar alimentos picantes e cafeína.
- Usar antitranspirantes ou conversar com seu médico sobre medicamentos para reduzir a sudorese.
7. Perda de apetite e perda de peso
Descrição: Diminuição do interesse em se alimentar e leve perda de peso ao longo do tempo.
Os níveis elevados de serotonina no hipotálamo afetam a regulação do apetite e podem suprimir os sinais de fome.
Frequência de ocorrência: A perda de peso ocorre em cerca de 4% dos usuários de duloxetina.
Prevenção:
- Consumir pequenas refeições frequentes.
- Optar por alimentos altamente calóricos e nutritivos.
- Monitorar seu peso e avisar seu médico se perder mais de 5% do seu peso corporal.
8. Disfunção sexual
Descrição: Diminuição da libido, dificuldade em atingir o orgasmo ou disfunção erétil em homens.
Níveis elevados de serotonina podem inibir dopamina e norepinefrina; tanto a dopamina quanto a norepinefrina são essenciais para a excitação e o desempenho sexual. Isso interfere no desejo e na resposta sexual.
Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em até 11% dos homens e 6% das mulheres.
Prevenção:
- Converse com seu médico sobre ajustes de dose.
- Considere medicamentos como bupropiona, que podem contrabalançar os efeitos colaterais sexuais.
- Mantenha uma comunicação aberta com seu parceiro sexual.
9. Fadiga
A duloxetina pode aumentar a serotonina de maneiras que causam sedação geral do sistema nervoso central em alguns usuários. Esse medicamento também pode perturbar hábitos de sono, contribuindo para a fadiga durante o dia.
Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é comum, ocorrendo em cerca de 8% dos usuários de duloxetina.
Prevenção:
- Tomar o medicamento duloxetina à noite.
- Priorizar uma boa higiene do sono.
- Praticar exercícios regularmente e beber água suficiente.
10. Aumento da pressão arterial
Descrição: Um aumento na pressão arterial sistólica ou diastólica que pode exigir monitoramento.
Ao aumentar os níveis de norepinefrina, a duloxetina estimula os vasos sanguíneos a se contraírem, elevando a pressão arterial.
Frequência de ocorrência: Este efeito colateral é raro, relatado em 1% a 3% dos usuários do medicamento duloxetina, sendo mais provável de ocorrer em doses mais altas (por exemplo, 120 mg/dia).
Prevenção:
- Monitorar regularmente sua pressão arterial.
- Limitar a ingestão de sal e evitar estimulantes como cafeína.
- Discutir medicamentos alternativos com seu médico se a hipertensão piorar.
Efeitos colaterais raros, mas graves da duloxetina
Embora raros, alguns efeitos colaterais requerem atenção médica imediata.
11. Danos ao fígado
A duloxetina é metabolizada no fígado. Em indivíduos suscetíveis (especialmente aqueles com doenças hepáticas pré-existentes ou uso intenso de álcool), esse medicamento pode causar lesões no fígado.
Sintomas: Amarelecimento da pele ou dos olhos, urina escura, dor abdominal na parte superior direita.
Prevenção: Evite consumir álcool. Faça exames regulares de função hepática se você tiver problemas no fígado.
12. Síndrome serotoninérgica
Descrição: Excesso de serotonina, especialmente quando a duloxetina é combinada com outros medicamentos serotoninérgicos.
Sintomas: Febre alta, confusão, agitação, batimento cardíaco rápido, rigidez muscular.
Prevenção: Nunca combine a duloxetina com outros medicamentos que aumentam a serotonina (como inibidores da monoamina oxidase, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, triptanos) sem orientação médica.
Quando você precisa falar com seu médico?
Você precisa contatar seu médico se experimentar um dos seguintes sintomas:
- Efeitos colaterais persistentes ou em worsening
- Sinais de problemas hepáticos
- Alterações de humor novas ou em agravamento
- Pensamentos suicidas, especialmente ao iniciar ou ajustar a dosagem