As novas variantes mais infecciosas do coronavírus que podem tornar as vacinas menos eficazes se espalharam rapidamente por dezenas de países, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 27 de janeiro de 2021.
Em sua última atualização epidemiológica, a agência de saúde da ONU afirmou que a variante COVID-19 mais contagiosa, primeiramente identificada na Grã-Bretanha, havia se espalhado para 70 países em todas as regiões do mundo.
Essa variante, conhecida como VOC 202012/01, demonstrou transmitir-se mais facilmente do que as variantes anteriores do vírus e, assim, se espalhou para 10 países a mais na última semana.
O Primeiro-Ministro britânico Boris Johnson alertou na semana passada que novos estudos indicaram que a cepa poderia ser mais letal, mas a OMS enfatizou que esses “resultados são preliminares e mais análises são necessárias para corroborar essas descobertas.”
A OMS também afirmou que a variante do vírus encontrada pela primeira vez na África do Sul já havia se espalhado para 31 países, oito a mais do que na semana anterior.
Estudos de laboratório descobriram que a variante 501Y.V2 “é menos suscetível à neutralização por anticorpos” do que as variantes anteriores, disse a OMS.
Isso levantou sérias preocupações de que a variante representa um risco maior de reinfecção e também pode prejudicar a eficácia do número crescente de vacinas contra COVID-19 que estão chegando ao mercado.
A OMS afirmou que mais estudos são necessários, mas ressaltou que estudos observacionais na África do Sul não indicaram um aumento do risco de reinfecção.
Ela também mencionou que, embora estudos da empresa de biotecnologia americana Moderna indicassem que sua vacina poderia ser potencialmente menos eficaz contra a variante, “os títulos neutralizantes permanecem acima dos níveis esperados para serem protetores.”
A OMS informou que uma terceira variante do vírus, descoberta pela primeira vez no Brasil, já está em oito países, em comparação com apenas dois na semana passada.
Essa variante, chamada P1, levantou preocupações semelhantes de que poderia ser mais contagiosa ou causar doenças mais graves.
“Mais estudos são necessários para avaliar se há mudanças na transmissibilidade, gravidade ou atividade de neutralização de anticorpos resultantes dessas novas variantes,” disse a OMS.
Enquanto países como Turquia e EUA suspenderam voos do Brasil para impedir a disseminação da variante P1, a Alemanha também está considerando suspender quase todos os voos para o país diante do aumento rápido no número de cepas mutadas.
