Os óleos essenciais não curam a depressão, e não se deve utilizar um óleo essencial no lugar dos medicamentos prescritos.

No entanto, os óleos essenciais demonstram benefícios como terapia complementar ao lado dos tratamentos convencionais para depressão, como terapia comportamental e antidepressivos.

Neste artigo, explicamos os efeitos dos óleos essenciais no tratamento da depressão.

Eficácia no tratamento da depressão

Os óleos essenciais podem tratar a depressão?
As evidências não apoiam os óleos essenciais como tratamento para a depressão em todos os casos, mas eles podem aliviar certos sintomas.

Alguns estudos em animais mostraram que certos óleos essenciais podem aliviar sintomas psicológicos e físicos associados à depressão.

Um estudo de 2016 mostrou que a lavanda inalada melhorou o ciclo de sono de pessoas na faculdade que apresentavam distúrbios do sono, que podem ser um efeito da depressão.

Outro estudo mostrou que um óleo essencial chamado Asarum heterotropoides reduziu comportamentos em camundongos que se assemelhavam aos de pessoas com depressão.

No entanto, a psicologia e a estrutura do cérebro de animais não humanos são muito menos complexas do que em humanos, e estudos com animais normalmente não produzem resultados significativos.

Algumas pesquisas demonstraram que o uso de óleos essenciais pode melhorar o sono, aumentar o humor e melhorar a qualidade de vida.

Os óleos essenciais também podem ajudar a reduzir os sintomas de distúrbios de ansiedade, que muitas vezes ocorrem junto com a depressão. Pesquisadores estimam que cerca de 43% das pessoas com ansiedade e estresse utilizam alguma forma de terapia alternativa para ajudar a gerenciar os sintomas.

Como acontece com todas as formas de terapia alternativa, é preciso usar os óleos essenciais com cautela. Sempre discuta o uso desses óleos com um médico ou aromaterapeuta.

Óleos essenciais que podem ajudar no tratamento da depressão

Embora nenhuma evidência sugira que algum óleo essencial específico seja adequado para tratar a depressão de forma direta, as pessoas citaram os seguintes óleos essenciais como úteis no tratamento de certos sintomas de distúrbios depressivos.

Este relatório de 2017 sugeriu que vários óleos essenciais podem ter efeitos positivos quando usados como parte de uma mistura. Esses óleos essenciais incluem:

  • lavanda, que foi destacada em muitos dos compostos utilizados pelos pesquisadores
  • bergamota
  • Yuzu
  • rosa otto
  • gerânio de camomila romana
  • sálvia
  • jasmim
  • alecrim

Esse relatório sugere que a massagem aromática com esses óleos tem um efeito maior nos sintomas de humor do que a aromaterapia inalada.

No entanto, este relatório também admite que a qualidade de metade dos estudos é baixa.

A lavanda foi o óleo mais comum nos estudos e também demonstrou efeitos positivos sobre sintomas de ansiedade.

Qualidade das evidências sobre óleos essenciais

Óleo de lavanda
A lavanda aparece regularmente nos estudos como um remédio útil para certos sintomas de depressão e ansiedade.
Muitos dos supostos benefícios dos óleos essenciais vêm de relatos pessoais, e não de dados científicos.

Um óleo essencial que pode ser eficaz para uma pessoa pode não ter efeito algum sobre outra.

Os óleos essenciais são difíceis de estudar, pois os participantes e pesquisadores muitas vezes podem reconhecer os óleos essenciais pelo seu cheiro. Essa ação remove o elemento aleatório de um experimento que o torna confiável.

Por essa razão, muitos estudos que exploram os benefícios dos óleos essenciais para depressão, ansiedade e estresse são inconclusivos.

Um artigo de pesquisa que resume revisões sistemáticas do uso de aromaterapia para hipertensão, depressão, ansiedade, alívio da dor e demência concluiu que a aromaterapia é uma terapia ineficaz para qualquer condição.

Mais pesquisas são necessárias antes que os médicos possam recomendar óleos essenciais como um tratamento de primeira linha e solitário para a depressão.

No entanto, como terapia complementar, os óleos essenciais podem melhorar ou reduzir sintomas individuais para algumas pessoas com depressão e aumentar a eficácia de outros tratamentos.

O que são óleos essenciais?

Os óleos essenciais são os compostos que os fabricantes extraem da casca, flores, folhas, caules, raízes e outras partes das plantas.

A destilação a vapor, água ou métodos mecânicos, incluindo prensagem a frio, são geralmente os métodos de extração dos compostos da planta. O que permanece da planta após o processo de destilação forma um óleo essencial.

A maioria dos estudos que exploram óleos essenciais e depressão analisam seu uso na aromaterapia. Durante a aromaterapia, as pessoas inalam óleos essenciais pelo nariz ou pela boca ou os aplicam na pele.

Aplicar óleos essenciais na pele pode causar reações alérgicas, irritação na pele e sensibilidade ao sol em algumas pessoas, portanto, quem planeja aplicar os óleos essenciais topicamente deve primeiro misturá-los com um óleo transportador, como óleo de oliva, amêndoa, abacate ou coco.

Os profissionais de saúde também recomendam que as pessoas façam testes de alergia antes de usar óleos essenciais.

Embora a Food and Drug Administration (FDA) tenha aprovado vários óleos essenciais para uso como aditivos alimentares e os tenha classificado como “geralmente reconhecidos como seguros”, eles não recomendam a ingestão de óleos essenciais.

A FDA não regula os óleos essenciais usados em aromaterapia, então é preciso ter cuidado ao usar os óleos essenciais e buscar orientação médica ao experimentar efeitos adversos.

Como os óleos essenciais funcionam

Os produtos químicos nos óleos essenciais podem interagir com o corpo sendo absorvidos pela pele na corrente sanguínea ou estimulando áreas do cérebro através da inalação.

Quando células nervosas especializadas na parte superior do nariz detectam odores, elas enviam um impulso ao cérebro através do nervo olfativo para uma área chamada bulbo olfativo.

O bulbo olfativo processa o impulso e entrega a informação sobre o cheiro para outras áreas vizinhas do cérebro. Essas outras áreas são conhecidas como sistema límbico.

O sistema límbico é um conjunto de estruturas cerebrais que podem desempenhar um papel essencial no controle do comportamento, emoções, memória e humor.

A importância do cheiro

Cheiros agradáveis podem ser altamente emotivos.
Cheiros agradáveis podem ser altamente emotivos.

Usar óleos essenciais para ajudar a aliviar os sintomas da depressão pode funcionar por causa do seu cheiro.

O olfato é um dos cinco sentidos e uma poderosa conexão entre as pessoas e o mundo ao seu redor. As pessoas são muito sensíveis ao cheiro, e os pesquisadores acreditam que uma pessoa normal pode reconhecer 1 trilhão de aromas diferentes.

Os aromas são altamente emotivos. Cada um reage a cheiros de maneira diferente — como uma pessoa responde a um cheiro depende do que ela associa com aquele cheiro. Por exemplo, uma pessoa pode associar um determinado aroma a uma memória há muito esquecida.

A natureza sugestiva dos cheiros pode estar ligada à melhora do humor após a aromaterapia com óleos essenciais. Essa melhora pode aliviar distúrbios de humor, como a depressão.

No entanto, a pesquisa científica não apoia seus benefícios, e as evidências dos efeitos positivos da aromaterapia no humor são mais relatos do que estudos baseados em dados.

Riscos e efeitos colaterais dos óleos essenciais

Pesquisas adicionais precisam ser realizadas para descobrir como os óleos essenciais interagem com outros tratamentos e medicamentos.

Crianças menores de idade e mulheres grávidas ou amamentando devem evitar o uso de óleos essenciais, pois os pesquisadores ainda não sabem qual pode ser o efeito dos óleos essenciais sobre essas pessoas.

Resumo

Os óleos essenciais são óleos de plantas destilados que desempenham um papel fundamental na aromaterapia.

Devido às poderosas ações do cheiro em provocar memórias e emoções positivas, aromaterapeutas e terapeutas complementares sugerem o óleo essencial como um possível tratamento para a depressão.

No entanto, grande parte das evidências que apoiam os óleos essenciais é de baixa qualidade.

Algumas evidências, por outro lado, sugerem que os óleos essenciais realmente funcionam para certos sintomas e estados de espírito. E se os óleos essenciais não causarem efeitos adversos, eles podem aumentar a eficácia de outras abordagens de tratamento ou reduzir sintomas, especialmente após o uso de uma mistura que inclui lavanda.

Qualquer pessoa que esteja considerando usar óleos essenciais deve conversar com um médico ou aromaterapeuta para discutir os potenciais benefícios e riscos.