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Informações sobre a vacina CoronaVac contra a Covid-19 da China

A CoronaVac, também conhecida como a vacina COVID-19 da Sinovac, é uma vacina contra o COVID-19 inativada, desenvolvida pela Sinovac Biotech. Ela está em ensaios clínicos de Fase III no Brasil, Chile, Indonésia, Filipinas e Turquia.

Informações sobre a vacina CoronaVac contra a Covid-19 da China
CoronaVac (vacina COVID-19 da Sinovac)

A CoronaVac utiliza uma tecnologia tradicional semelhante à utilizada nas vacinas BBIBP-CorV e BBV152, outras vacinas contra o COVID-19 inativadas que estão em ensaios de Fase III. A CoronaVac não precisa ser congelada, e tanto a vacina quanto a matéria-prima para formulação das novas doses podem ser transportadas e refrigeradas entre 2 e 8 graus Celsius (36 a 46 graus Fahrenheit). Esta é a temperatura ideal para armazenar vacinas contra a gripe.

O Brasil anunciou resultados em 13 de janeiro de 2021, mostrando que a vacina é 50,4% eficaz na prevenção de infecções sintomáticas, 78% eficaz na prevenção de casos leves que necessitam de tratamento, e 100% eficaz na prevenção de casos graves. Resultados da Fase III de uma análise preliminar de uma amostra pequena foram anunciados pela Turquia em 24 de dezembro de 2020, com uma eficácia de 91,3%. Resultados adicionais foram anunciados pela Indonésia em 11 de janeiro de 2021, com uma eficácia de 65,3%.

A CoronaVac está sendo utilizada em campanhas de vacinação em certos países da Ásia, América do Sul e Europa. Até fevereiro de 2021, a Sinovac planejava aumentar sua capacidade de produção para 1 bilhão de doses. Em 27 de fevereiro de 2021, 36 milhões de doses da vacina haviam sido administradas ao todo.

A politicização, problemas de transparência e a falta de detalhes nos dados dos ensaios contribuíram para a desconfiança na CoronaVac no Brasil.

Tecnologia da vacina CoronaVac COVID-19

A CoronaVac é uma vacina inativada. Esta vacina utiliza uma tecnologia semelhante e mais tradicional como as vacinas BBIBP-CorV e BBV152, outras vacinas inativadas para COVID-19 em ensaios de Fase III. A CoronaVac não precisa ser congelada, e tanto a vacina quanto a matéria-prima para formulação das novas doses podem ser transportadas e refrigeradas entre 2 e 8 graus Celsius (36 a 46 graus Fahrenheit). Vacinas contra a gripe são armazenadas a essas temperaturas. A CoronaVac pode permanecer estável por até três anos em armazenamento. Isso é uma vantagem na distribuição dessa vacina para regiões onde as cadeias de frio não estão desenvolvidas.

Eficácia da vacina CoronaVac COVID-19

Em 7 de janeiro de 2021, os resultados dos ensaios de Fase III no Brasil, entre 13.000 voluntários, revelaram que a vacina era 78% eficaz na prevenção de casos sintomáticos de COVID-19 que exigem assistência médica (grau 3 na Escala de Progressão Clínica da OMS), e 100% eficaz contra infecções moderadas e graves. Após pressão de cientistas, que acusaram os organizadores dos ensaios de enganar o público, o Instituto Butantan, um centro de pesquisa biológica brasileiro localizado em Butantã, afirmou em 12 de janeiro de 2021 que essas taxas incluíam apenas voluntários que apresentavam casos leves a graves de COVID-19. A eficácia geral, incluindo casos assintomáticos e casos sintomáticos que não exigiam assistência médica (grau 2 da OMS), foi de 50,38%. Dos 220 participantes infectados, 160 casos estavam no grupo placebo e 60 casos no grupo que recebeu a CoronaVac.

Em 24 de dezembro de 2020, a Turquia divulgou resultados da Fase III de uma análise preliminar de 29 casos, que mostraram uma taxa de eficácia de 91,25% com base em dados de 1.322 participantes de um ensaio envolvendo 7.371 voluntários.

Em 11 de janeiro de 2021, a Indonésia divulgou resultados da Fase III de uma análise preliminar de 25 casos, que mostraram uma taxa de eficácia de 65,3% com base em dados de 1.600 participantes do ensaio. O ensaio foi realizado na cidade de Bandung, e não ficou claro como os cientistas indonésios realizaram seus cálculos.

O governador de Java Ocidental, Ridwan Kamil, participando do ensaio de fase 3 da vacina COVID-19 da Sinovac na Indonésia.

Variabilidade na eficácia

Oficiais afirmaram que o número reduzido de 50,4% incluía casos “muito leves” de COVID-19 entre os participantes que foram omitidos na análise anterior. Em uma coletiva de imprensa em 12 de janeiro de 2021, Ricardo Palácios, diretor médico do Instituto Butantan, declarou que a taxa relativamente baixa de eficácia da Sinovac, de 50%, se devia a padrões mais rigorosos sobre o que conta como infecção entre os participantes do ensaio. O Instituto incluiu seis tipos de casos em seus resultados: assintomáticos, muito leves, leves, dois níveis de moderados e graves, enquanto os fabricantes de vacinas ocidentais geralmente incluíam apenas as categorias leve, moderada e grave. O ensaio brasileiro também foi em grande parte composto por trabalhadores da saúde na linha de frente. “Eles estão mais expostos ao vírus e isso pode explicar a taxa de eficácia relativamente baixa,” disse Yanzhong Huang, um pesquisador sênior para saúde global no Conselho de Relações Exteriores.

A liberação de dados mais definitivos sobre a eficácia da CoronaVac foi atrasada porque a Sinovac precisava reconciliar resultados de diferentes ensaios que utilizavam protocolos variados. De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o grupo brasileiro era considerado mais vulnerável à infecção e à exposição a cargas virais mais altas. Nos ensaios de Fase III realizados na Turquia e na Indonésia, a composição dos voluntários era semelhante à da população geral.

Fabricação da vacina CoronaVac COVID-19

A Sinovac tem a capacidade de produzir 500 milhões de doses de CoronaVac e planejava dobrar sua capacidade para 1 bilhão de doses até fevereiro de 2021.

Em janeiro de 2021, a Sinovac afirmou que pretendia dobrar a capacidade de produção anual da CoronaVac para 1 bilhão de doses em fevereiro, assim que concluísse sua segunda linha de produção.

Após os ensaios de Fase III da Indonésia, a Bio Farma planeja aumentar a produção para 250 milhões de doses por ano.

Em 9 de novembro de 2020, São Paulo começou a construir uma instalação para produzir 100 milhões de doses por ano. Em 10 de dezembro, João Doria afirmou que o Instituto Butantan tinha como meta envasar e finalizar 1 milhão de doses por dia em sua linha de produção para uma campanha de vacinação que começaria em 25 de janeiro de 2021. Doria disse que 11 estados brasileiros entraram em contato com o Butantan em busca de doses da CoronaVac.

Versão brasileira da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan
Versão brasileira da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan

Na Malásia, a Pharmaniaga fabricará, envasará e finalizará a CoronaVac. A Pharmaniaga assinou um contrato para obter o suprimento em grande escala da vacina, bem como a transferência de tecnologia da Sinovac.

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